Porque é que toda a gente subitamente se lembra da existência de promenades nesta altura do ano? Tudo bem: acho ótimo que frequentem as promenades.
Nada contra. Mas a questão aqui é: elas estiveram lá o ano todo – que
raio de pessoas são vocês, que só agora se lembraram delas? Ontem, ao
final da tarde, mal se conseguiam ver os semáforos, tantas eram as
gordas a circular pelas passadeiras. E isto, claro está, afeta o tráfego
automóvel. Não é bom para o planeta haverem tantas gordas a passear as
banhas à mesma hora, e no mesmo sítio. É daquelas coisas que afeta o
aquecimento global e provoca as chuvas ácidas.
Mas este é um fenómeno que ocorre a
nível mundial. Aliás, se muita mais gente se apercebe disto, abrem uma
época da caça à gorda, tal é a afluência desta espécie em regiões
específicas do planeta (leia-se: promenades). E, aparentemente, gorda que é gorda, usa leggings
floridos para correr, consequentemente cegando todo o universo em seu
redor, com uma visão absolutamente aterrorizante, traumática e causadora
de profundas perturbações psicológicas.
Gosto particularmente de ver aquela malta que vai correr para a promenade e, após vinte minutos, se senta numa esplanada e pede um crepe com nutella e uma coca-cola com gelo, como recompensa pelo seu esforço durante, precisamente, mil e duzentos segundos consecutivos.
– É pá, sou mesmo bom! Perdi 50
calorias a correr durante vinte minutos, e depois, para celebrar, fui
consumir 600 calorias na esplanada. Já me sinto mais magro!
Só para esclarecer: sim, acabo de descrever pormenorizadamente, e com elevado rigor científico, as minhas idas esporádicas à promenade. Não me julguem.
Mas, falando agora com alguma seriedade:
será que as gordas só se lembram que estão gordas pela altura do verão?
É que, ou muito me engano, ou as banhas – durante o resto do ano –
continuam lá. Como é possível não terem reparado? Que não tenham
reparado naquela borbulha que vos apareceu na bochecha esquerda, eu
entendo. Mas como é possível não repararem em algo que vos impede de
observar os vossos próprios dedos dos pés? Algo aqui está muito mal,
caras amigas.
E ainda há aqui mais uma situação que me
aflige. O que é que a mãe de uma gorda lhe responde, quando esta
pergunta se é bonita? É que o típico “o importante é ter saúde” nem se
pode aplicar nesta situação, devido ao colesterol e à glicémia, e a tudo
o resto. Que aborrecimento. Mas, vá, agora vou para a rua correr um
bocado… porque acho que a carrinha dos gelados já vai ao fundo da rua e
tenho de me apressar para conseguir apanhá-la.
Já agora: acho que perdi o meu iPhone 5 em lugar indeterminado. Se alguém encontrar um com uma maçã meia comida na parte de trás, é meu.
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