No Diário de Notícias li uma manchete que dizia que o Papa pagou
"religiosamente" as quotas do clube San Lorenzo. Não li a notícia na
íntegra (notícias sobre religião afligem-me) mas, pelo que vejo, a expressão "deus
te pague" finalmente deu lucro. Tenho esperanças de que, lá para o final
da semana que vem, poderei ler no Diário
de Notícias algo como: "Papa paga ‘religiosamente’ dívidas em atraso a
Joana Camacho". A avaliar pela quantidade de vezes que já ouvi a expressão
"deus te pague", tenho em crer que o Vaticano vai à falência quando
pagar tudo o que me deve.
Sendo também eu madeirense, não
podia deixar de referir o facto de Alberto João Jardim ter rasgado as páginas
de uma edição do Diário de Notícias da
Madeira, na passada sexta-feira. Das duas, uma: ou o senhor Alberto João Jardim
gosta tanto de jornais como eu; ou então revoltou-se com a possível ausência de
papel higiénico na casa de banho do Madeira Tecnopolo e manifestou-se numa
espécie de movimento
se-te-usassem-para-limpar-o-rabo-ao-menos-servias-de-alguma-coisa. Para efeitos
de entretenimento próprio, vou acreditar na segunda hipótese.
Passando da Madeira para o
Mediterrâneo, uma notícia diz que Lili Caneças foi roubada em Barcelona. Lili
diz-se muito chorosa por ter perdido a sua mala Louis Vuitton, as suas joias, os óculos da Gucci, da Prada e da Ray-Ban, os documentos, os cartões de
crédito e o iPhone. Devo confessar
que esta notícia me deixou deveras transtornada. Pobre Lili. Queria, aqui, deixar
um pedido, a todas as pessoas que me leem. Vamos apoiar esta causa. Juntem as
latinhas de atum de conserva, as embalagens de milho doce e os pacotes de
esparguete da marca Continente. Não
queremos que a nossa querida Lili passe fome. Sejam solidários! As minhas rezas
de hoje à noite serão dirigidas à mala Louis
Vuitton de Lili, que estará – provavelmente – nas mãos de um assaltante que
não toma banho há mais de dois meses e não lava as mãos depois de ir à casa de
banho.
Para finalizar, uma outra notícia
dizia que trabalhar alcoolizado até pode melhorar a produtividade, segundo os
juízes. Eu sempre desconfiei que sim. Agora vou ali beber desenfreadamente,
para depois ir dançar a Macarena
completamente nua, ao pé da máquina de fotocópias. Aproveito e, pelo caminho,
ensino uma centopeia a dar a pata. E, já agora, atiro um agrafador à cabeça do
senhor careca que me está a perguntar onde fica a casa de banho. Sem dúvida, um
aumento abrupto na produtividade de qualquer estabelecimento. E é tudo. Para a
semana há mais.
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