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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Os dentistas são criaturas que me afligem

Odeio dentistas. Acho bem que nenhum de vós - leitores - desempenhe esta função profissionalmente (ou de qualquer outra forma), caso contrário teremos problemas graves. Se é este o seu caso, faça favor de abandonar o meu Blog. E nunca mais cá volte. Os dentistas atormentam a minha existência desde sempre. Na verdade, acho que atormentam a existência do mundo em geral. Ninguém gosta de dentistas, é tão simples quanto isto. Porque é que eu não tenho amigos dentistas? Exato, porque não estabeleço quaisquer relações que envolvam um contacto social/ físico/ imaginário com essa espécie. Chamem-me parva, chamem-me mal-agradecida, digam que eles desempenham uma função essencial na nossa sociedade... não quero saber! Não gosto deles, não quero falar com eles, não quero vê-los à minha frente e muito menos quero que se aproximem da minha boca empregando em suas mãos todo um rol de instrumentos cirúrgicos cujo fim eu desconheço.

Como se já não bastasse aquela eternidade que tenho de ficar à espera da consulta, com montes de revistas de há quarenta anos anos atrás em meu redor; o cheiro horrível que me entra pelas fossas nasais e atormenta o meu cérebro; e todo aquele ruído ensurdecedor de brocas e gritos provenientes do consultório (a parte dos gritos talvez não seja totalmente verídica), ainda tenho de levar com uma dentista com a mania que tem piada. Ora, se estou no dentista, é impossível não estar de boca aberta e com montes de esferovite (o que são aquelas coisitas brancas, afinal?) por todo o lado, certo? Então expliquem-me lá que sentido é que isto faz:

- Ora então vamos lá saber, Joana... que tal vai a escola? Estás em que ano?
- Smiflugh alhfgs ehdsnm...
- Diz? Desculpa, não percebi.
- Heinstghsn ahdmadb dhamdhg!
- Hum, estou a ver. E estás a ter boas notas? No ano que vem já entras na Faculdade, não é?
- Kastafsn agsaskjiahd eahudandmd adshjgad...
- Diz?
- HGSADIUYAS DHSAGDE SAJHDSG!

Queridíssima senhora tratadora de dentes: tenho montes de esferovite na boca e tem toda a sua mão enfiada lá dentro. Como raios quer que lhe responda às suas perguntas (por sinal sem relevância alguma e sobre assuntos que não lhe dizem respeito) nestas condições?! É mesmo a gozar com a cara da pessoa que está ali deitada feita parva. Agora que me lembro, tinha toda uma panóplia de possíveis armas de ataque mesmo à frente do meu nariz (literalmente) e não fiz uso delas. Que desperdício. E pensar que aquela coisa afiada (não me perguntem o nome) poderia ter servido para outra coisa que não picar-me repetidas vezes a gengiva.

E depois há aquelas conversas entre a dentista e a assistente (que entretanto também já fez questão de enfiar toda a sua mão gorda e peluda na minha boca) que tenho de aturar. Falam de tudo e mais alguma coisa: do cozido que o marido da não-sei-das-quantas fez no fim-de-semana e que estava intragável e da carne que estava mal cozida; do filho que chega tarde a casa e não dá justificações a ninguém; daquela que dormiu com não-sei-quem e que agora vai ter um filho; daquele paciente que chegou meia hora atrasado e que ainda teve o descaramento de "mandar vir"... Enfim. Acho que por vezes elas até se esquecem que eu ainda estou ali no meio. Eh... hello? Estou aqui de boca aberta e com as vossas mãos a perturbar a livre circulação da minha língua, podem dar-me atenção ou querem que eu saia, para conversarem à vontade? É que eu não me importo, nem nada que se pareça.

E ainda há mais. A típica frase do "faz uma boquinha de leão, faz" já não é adequada à minha idade, cara dentista. Os meus dezassete anos não merecem este tipo de humilhações; ainda para mais quando tenho a boca aberta de tal forma que até um bisonte cabia lá dentro! Poupe-me, por favor. Boquinha de leão... eu dou-lhe uma boquinha de leão... (Os leões mordem, não é?) Depois é chegado aquele momento em que temos de babujar água na boca (a minha mãe diz que é assim que se chama) e depois cuspi-la para dentro do copo e ficar, consequentemente, toda babada. E o pior é que elas (a dentista e a outra) nem se vão embora. Ficam mesmo a assistir ao momento em que ponho água na boca, cuspo e me babo. Estou, até, plenamente convencida de que tiram uma fotografia nesse preciso instante e vão logo publicá-la no Facebook e no Instagram e sabe-se lá mais onde, para partilharem com o resto dos seus amiguinhos dentistas. 

Todas as idas ao dentista são um sofrimento atroz. O que vale é que, depois de uma ida ao dentista, há sempre recompensa: um Magnum Double Caramelo. Sim, porque a minha boca precisa de ser, de alguma forma, desintoxicada de todo aquele esferovite e luvas de latex e... limpeza excessiva. Não há melhor sensação do que sujar os dentes com chocolate e caramelo logo após uma ida ao dentista. Já que não posso espetar-lhes com um bisturi, sujo os dentes com chocolate. Pimba! In your face, dentistas!

Que fique bem claro que odeio toda essa espécie. Se eu alguma vez mandar nisto tudo (nisto o quê, exatamente?), vão ser a primeira raça a exterminar. Riam-se enquanto podem, tratadores de dentes! A vossa alegria pode não durar muito tempo. *inserir aqui riso maléfico e deveras intimidante*

14 comentários:

  1. Tá bom... só tem 2 erros ortográficos...um português e um inglês :p

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    1. Olá, Jason. Esta publicação foi literalmente feita em quinze minutos, sob pressão, e com um pai a gritar-me ao ouvido a célebre frase: "DESLIGA A PORCARIA DO COMPUTADOR!", portanto é normal terem falhado umas palavritas. Já fiz algumas alterações e, de facto, detetei um ou outro erro. Mas muito obrigada pelo aviso! :)

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  2. O meu tio é dentista, portanto mantém o teu bisturi longe dele! xD

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  3. Tenho uma fobia a ir a dentistas, que se faz favor... -.-

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  4. E estudantes para tal, odeias?

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    1. Rita, caso seja esse o teu caso, a ti não te odeio: ainda vais a tempo de mudar de ideias. (Estou a brincar! He he he.)

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    2. Se tu soubesses o quanto eu não gosto de (alguns) dentistas!!
      Neste momento estou com uma espícula óssea espetada na gengiva, porque a minha querida (ex-) dentista, ao tirar-me o dente do siso trouxe osso agarrado e não quis saber... Já para não falar que enquanto me massacrava aproveitava que eu estava de boca aberta (para não lhe poder responder) para me dizer que nunca me daria emprego!

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    3. A sério? E eu que dizia mal da minha dentista... há gente que simplesmente não vale a pena.

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  5. Também odeiooooo dentistas,sem contar que é dificílimo achar um dentista bom

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  6. Odeio o que passo com os dentes no dentista mas a minha dentista é impecável, transmite-me a tranquilidade q preciso qd me sento naquela cadeira... E só tem assistente se for mesmo necessário!... Tens de procurar melhor!...

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