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domingo, 18 de novembro de 2012

A malta dos parques de estacionamento

Ora muito boa tarde. Antes de mais, peço desculpa pela minha ausência, mas assim teve de ser. Tiveram saudadinhas minhas? Vá, digam que sim, para eu ficar feliz.

Hoje vou falar sobre parques de estacionamento. E porquê? Porque é algo que me deixa a cabeça às voltas. Literalmente! Já tentaram estacionar o carro no parque de estacionamento do Pingo Doce numa sexta-feira à tarde? Pois, eu também não. Talvez porque não tenho carro. Mas o meu paisinho já tentou! E a minha querida irmã também. E digo-vos já que não é tarefa fácil. Acaba por ser semelhante àquela atração que encontramos na Feira Popular, sabem? Aquelas canecas que andam à roda durante uma infinidade de tempo. A diferença é que não é uma caneca - é um carro. E, em vez de terem de pagar um euro para andar, têm de pagar a gasolina, que está cara.

Eu já desenvolvi uma espécie de trauma a parques de estacionamento de Centros Comerciais e supermercados. Agora levo sempre um daqueles saquinhos de enjoo. É que as pessoas não se dão por satisfeitas quando dão apenas uma volta ao parque e constatam que não há lugares vagos. Não! Têm de dar três, quatro, cinco voltas... Só mesmo para terem a certeza que viram bem da primeira vez. E o meu pai é uma destas pessoas. Entramos no parque de estacionamento, damos a volta àquilo tudo, não há lugares vagos, saímos, voltamos a entrar, damos à volta àquilo tudo... Oh! Parece que há ali um! Não... Afinal não era... Saímos, voltamos a entrar... E assim sucessivamente! Não seria mais fácil sair da porcaria do parque de estacionamento e estacionar o carro noutro sítio qualquer? Mas não! Têm de estacionar o carro ali porque está mais perto e é assim que tem de ser. Ai a minha vida...

E depois ainda há mais. Ontem, fui com a minha mãe e com a minha irmã ao Pingo Doce. Aliás, fui ao parque de estacionamento do Pingo Doce, elas é que foram ao supermercado. Por acaso até tivemos sorte. Encontrámos lugar à primeira. Quer dizer... Teoricamente foi um outro senhor que encontrou esse lugar. Nós limitámo-nos a roubá-lo e a ouvir a carrada de palavrões que se seguiram. Verdade seja dita: uma pessoa que demora 5 minutos a enquadrar o carro de modo a poder estacioná-lo num lugar com tanto espaço, não merece aquele cantinho.

Mas bom, lá foram elas ao Pingo Doce. Eu optei por ficar no carro (supermercados nunca foram muito a minha onda - ainda para mais, tenho sempre medo de sair do Pingo Doce com um olho negro). Como é lógico, uma pessoa que fica no carro à espera, tem de arranjar algo com que se entreter, não é? E o que é que eu fiz? Bom, passei para o lugar do condutor, endireitei as costas e pus-me a mexer nos botõezinhos do carro, como se percebesse daquilo. Passados pouco mais de dois minutos o que é que acontece? Passa por mim um indivíduo num Seat verde que me pergunta:

- Olhe, desculpe, vai sair?

Mas que clássico. Uma pessoa não pode estar simplesmente sentada no banco do condutor sem que isso signifique necessariamente que vai sair?

- Sim, sim. Vou sair.

Teoricamente até vou sair. Mas não é ainda. Resolvi dar esperanças ao homem e, dois segundos depois, presenteei-o com isto:

- Ups, esqueça. Acabei de me lembrar que ainda não tirei carta.

E sim, esta é uma história verídica. Por momentos cheguei a temer pela minha saúde. Mas não. Não há nenhum brutamontes no estacionamento do Pingo Doce que agrida uma menor de idade. Que sorte a minha! Sorte foi algo que os dois condutores que se seguiram também não tiveram. Fizeram-me precisamente a mesma pergunta e levaram precisamente a mesma resposta.

- Ai, que mázinha que tu és, ó Joana.
- És tão parva...
- Andas a arruinar os sonhos dos outros condutores de estacionar os seus carros desde... que começaste a trollá-los.

Vá, tenham lá calminha! Sou só uma criança! Tenho de me divertir com alguma coisa, não é? (e sim, este comentários são verídicos e retirados da minha página do Facebook, onde fiz questão de relatar esta história)

Mas ainda há mais coisas a acontecer nos parques de estacionamento do Pingo Doce. A diversão não acaba aqui! Depois há aqueles homenzinhos que fazem questão de vir a todos os carros, onde detetam a presença de gente, pedir dinheiro. E são insistentes! Sabem bem como fazer o seu trabalho. Ontem andavam lá dois, com uma garrafa de cerveja Coral na mão (que bela maneira de incentivar as pessoas a darem-vos dinheiro, ó bananas), e ainda um miúdo, que andava lá a chagar as velhotas. Incrível como um miúdo com ar de delinquente pode fazer tanto furor entre as senhoras de terceira idade. Ainda estou para lhe pedir umas dicas. A mim também me davam jeito uns trocos para a gasolina.

E, para finalizar, há aqueles velhotes que nos vêm pedir indicações. É incrível como esta espécie tem tamanha dificuldade em localizar a porta de entrada e a saída. É só seguir as setinhas, minha gente! Estão lá para alguma coisa. Mas vá, não enxovalhemos a malta da terceira idade, que eles são simpáticos e dão-me sempre bombons no Halloween... E é só isto.

5 comentários:

  1. Olá, Ana. Muito obrigada! Eu já sigo o teu Blog há algum tempo, e partilho do sentimento. Acho imensa piada às coisas que tens nos teus "157 centímetros de opinião" - já para não falar que escreves estupidamente bem (sim, é um elogio) e, acima de tudo, escreves coisas inteligentes. Que é coisa rara de se ver por aí.

    Mais uma vez: obrigada! :)

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  2. O teu Blog tá mesmo um espetáculo! Tens de fazer posts com mais frequência. Andamos a precisar de coisas com que nos rir. :)

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    1. Obrigada, Diogo. Nem sempre consigo ter tempo para escrever posts no Blog com a frequência que desejaria, mas vou tentar andar por cá pelo menos uma vez por semana, a ver. :) Beijinho.

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  3. Quase dois meses depois, leio isto. (Estou a stalkar o teu blog, não contes a ninguém, que eles já gostam pouco de mim.)
    Vou ficar envergonhada. A sério. Eu a achar que tu é que escreves estupidamente bem - isto tudo em forma de elogio também - e tu dizes-me essas coisas!

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  4. (Eu não conto, não te preocupes. Mas depois exijo uma recompensa sob a forma de chocolates!) (E agradeço a perseguição saudável. Sinto-me honrada!)

    Não não. Estás parcialmente correta. Só a parte do "escreves estupidamente" é que é um facto verídico. Tomara eu escrever como tu!

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