Páginas

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Ranho. Ranho everywhere!

Atchim!

Oh! Ora viva, caro leitor. Tem um lenço que me possa emprestar? Aliás... dar. Tenho a certeza que não o vai querer de volta. Não? Que aborrecimento. Bem, parece que vou ter de me contentar com a manga da minha camisola, não é? Vamos lá regressar aos primórdios. Assim seja... 

Ah! Bem melhor agora.

Bom, peço desculpa se não me estiver a ouvir muito bem, mas estou terrivelmente constipada e com a garganta num estado lastimável. E sabe qual é a razão? Bom, eu tenho várias teorias. Lembra-se de lhe ter falado no meu Centro de Saúde e na minha vacina anual da Gripe? Bom... Há fortes probabilidades de ainda não ter lá ido. Esse pode ser um dos problemas. Mas julgo que não! Tenho uma teoria bem mais realista e que acho ser a correta! Eu acho que a causa desta minha enfermidade é aquele documentário que vi no fim-de-semana, que falava nos principais "casos" que chegavam aos hospitais portugueses, nesta altura do ano. Aquela carrada de velhotes a espirrar e a fungar... e a encher as câmaras de germes e bactérias, nunca me enganaram! Estive demasiado tempo a ser submetida àquela horrível tele-transmissão viral. E agora olhe o meu estado...!

Atchim!

Acho bem que alguém tenha dito "santinha!" desse lado, senão vamos ter sérios problemas. Dou-me por feliz com um "saúde!". Se bem que "santinha" é uma versão um bocadinho mais realista das coisas, mas vocês é que sabem, claro. Eu não estou aqui para condicionar as opções de ninguém.

Passemos à frente. Onde é que eu ia? Oh, sim: os malandros dos velhos. Aposto que é por causa deles que estou, agora, neste estado. Malditos sejam! Mas calma... Ainda tenho mais teorias. Quem sabe, os velhos ainda são ilibados... Bom, outra teoria que tenho são: os mosquitos. Muito se tem falado daqueles mosquitos com o nome buéda estranho, cá da Madeira, o qual não irei referir pois, tal como o Lord Voldemort, o nome dele não deve ser pronunciado (ok, eu admito: a verdade é que não faço a mais pequena ideia do nome). Sim, esses sac... amorzinhos também são suspeitos. Os sintomas até apontam para tal: febre alta, dores musculares... Só que há um probleminha. Dizem que a dita doença que os bichos provocam dura, pelo menos, cinco dias. E, pela minha contagem, só passou um, e eu já evidencio claras melhorias, apesar de ainda estar com febre e constipada e o caraças. Se bem que os mosquitos podem ter-me provocado uma espécie de perda de memória e, às tantas, já se passaram mais de cinco dias e eu não sei! Hum... Safados, os bichos.

Mas, seja como for, temos aqui vários arguidos. O meu Centro de Saúde... O raio dos velhos do documentário... Os mosquitos... Ah! E ainda há mais! Ora, não sei se o caro leitor sabe, ou não. Mas a verdade é que sou uma grande fã de um talk-show português que se intitula de 5 para a meia-noite, e que passa tudo menos às 23:55h, diga-se de passagem, na RTP1 (não, não me pagaram para fazer publicidade). E o que é que acontece? Bom, o gajo das sextas-feiras - vulgarmente denominado de Nilton - andou por aí no Facebook, na rádio e na televisão com uma gripe terrível, durante toda a semana. Ou seja: posso ter identificado a minha fonte de contágio. Nilton, ó meu grande estúpido... Se eu te apanho...!

inspira... expira... inspira... expira...

Pronto, já estou mais calma. Mas não há dúvidas! Ele é, também, um possível arguido! Bem, eu ainda tenho mais teorias, mas acho que estas serão as principais. No meio de tudo isto, o que é que interessa saber que apanhei chuva durante o fim-de-semana, quando fui passear aos Prazeres? Ou que andei em calções e t-shirt depois de escurecer, quando já estava frio? Ora, como diria Teresa Guilherme: isso agora não interessa nada! Há que manter-se fiel aos factos. Há coisas que são de relevância e há outras que não são. Estas, claramente, não têm o mínimo interesse.

Vamos lá atualizar a nossa lista de possíveis culpados:
  1. Centro de Saúde da Joana
  2. Velhos ranhosos do documentário da TVI
  3. Mosquitos com o nome esquisito
  4. O estúpido do Nilton
Ufa! Permitam-me que faça aqui uma breve associação Matemática (ando a estudar demasiado... dá nisto!). Qualquer um dos acontecimentos me parece equiprovável. Daí que podemos aplicar aqui a Lei de Laplace. Ora... Eh... Certo... Bem... É melhor ficarmos por aqui, não vá o meu professor de Matemática, por triste casualidade, ler isto, e depois é uma chatice. Mas sim, há igual probabilidade de qualquer um dos arguidos ser, efetivamente, o culpado. Mas eu tenho a técnica perfeita para tirar esta história a limpo! Ora... observem e aprendam. Silêncio, por favor. Preciso de máxima concentração.

Um, do, li, tá, cara de amêndoá, um segredo colorido, quem está livre... Livre está!

SIM! O Tribunal chegou a um consenso. Já temos uma decisão unânime por parte das autoridades - o culpado foi identificado e trata-se de... Sujeito nulo subentendido! O sujeito recusa-se a prestar mais declarações e vai-se embora, tendo ainda a ousadia de se virar para trás e cantar o típico hino de gozo "nha, nha nha nha, nha!". O sujeito nulo subentendido conseguiu levar a dele avante. I SHALL GET MY REVENGE!

NOTA: Reparou na forma subtil como consegui incluir matéria de Matemática e Português nesta minha crónica? Agora diga lá que este Blogue não é extremamente educativo, ãn?

E assim se dá por encerrado este caso com...

Atchim!

... Raios, desculpem! Como eu ia a dizer, dou por encerrado este caso. A próxima vez que o vir será, possivelmente, na Fox Life, num dos episódios daquela série... Cold Case, sabe? Aqueles cromos que pegam em casos que já foram arquivados e tentam averiguá-los de novo, a ver se descobrem o mau da fita. Sim, esses mesmos! Bom, vou deixar este trabalho (de extrema importância) para eles, então. E agora, vou ali ao Pingo Doce reabastecer a minha reserva de lenços. Digam o que disserem... As mangas das camisolas não são a mesma coisa!


E entre ranho e lenços de papel, Joana partiu numa perigosa aventura pelos corredores do supermercado onde para ganhar uma lata de atum... Tem que se perder uma perna primeiro... Um bem haja, caro leitor.

2 comentários: