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terça-feira, 9 de outubro de 2012

Cuidado com o que come

Boa noite. Vá, vamos lá despachar esta coisa, que a minha vida não é só isto. E tenho trabalhos de casa para fazer! Oh, que se lixe. De qualquer forma não ia fazê-los, estou a tentar enganar quem? Bom, ainda está aí? Então puxe uma cadeira e sente-se. Há espaço para mais um.

Hoje estou particularmente voltada para os lados da comida. Aliás, estou todos os dias - sou uma javarda assumida. Se há coisa que gosto, é de comida. Mas comida da boa! Nada que envolva coisas verdes e asquerosas, por favor. Mas bem, antes de entrar propriamente no campo da comida, gostaria de começar por deixar aqui uma pergunta. Será que de todas as vezes em que frequento um café ISTO tem de acontecer?

- Ora muito bom dia! Olhe, queria um café, fachavôr.
- Queria? Ah. Então já não quer, não é?

Olhe, e que tal se fosse ver se está a chover, caro amigo? É que não há um único dia em que eu não tenha de levar com estes "chico-espertos" com a mania que sabem muito! Para quando o dia em que se deixam destas merdas, ó criaturas? Vá... vocês conseguem arranjar "piadas" melhores. A humanidade acredita em vocês. E, por favor, não voltem a repetir essa porcaria, sim? Obrigada.

Adiante, agora que eu e os gajos dos cafés estamos entendidos, retomemos a nossa agradável conversa. Ora, onde é que eu ia? Oh, sim! Na comida. Bem, não sei se o caro leitor é frequentador assíduo de restaurantes mas, mesmo que não seja, com certeza já ouviu falar em "pratos do dia" e "especialidades da casa", não é verdade? Pronto. É aqui que a história começa. Mas que porcaria é essa?! Um prato do dia?! Uma especialidade da casa?!

Vou ser muito sincera; de cada vez que vejo aqueles quadros pretos gatafunhados com as palavras: "especialidade da casa - arroz de marisco", a primeira coisa que penso é que aquele restaurante tem um cozinheiro de merda. E porquê, pergunta o caro leitor. Ora, diga-me lá uma coisa: um cozinheiro não tem de - supostamente - saber cozinhar tudo o que aparece no menu do estabelecimento? Então porque é que há uma coisa que ele sabe fazer melhor do que as outras? Isso quer dizer que todos os outros pratos - para além do dito arroz de marisco -, devem ser uma bela porcaria, passo a expressão. Ele está, basicamente, a avisar-nos de que não se responsabiliza se decidirmos escolher outra coisa. O arroz de marisco ele sabe fazer. O resto, já não garante.

- Não leu ali na entrada?! A especialidade aqui é arroz de marisco! Quem é que lhe mandou pedir batatas salteadas? Pois claro que estão cruas! Nós aqui não somos dados a batatas. Aqui é mais... arroz de marisco, já devia saber! Nós avisámos!

Aposto que é isto que dizem aos clientes quando alguém reclama das batatas estarem cruas. Bem, pelo sim, pelo não, desconfiem sempre dos restaurantes que têm uma placa, à porta, a falar em especialidades da casa. Se escolhem outra coisa qualquer, são bem capazes de estar tramados - eu rezo por vocês.

E passando agora aos "pratos do dia"... Como não poderia deixar de ser, eu - Joana Camacho -, tenho uma teoria. Porque carga de água é que há de haver um determinado prato que é mais barato num dado dia?! Pensem comigo. Imaginem que estão lá, na cozinha, e que há ali esparguete que passou de prazo há dois dias, e carne moída que caiu no chão acidentalmente. O que é que fariam? Deitavam a comida para o lixo? Ora, claro que não! Estamos em tempos de crise, hoje em dia não se desperdiça nada. E então, de que é que se lembrariam?

- Ah, já sei! Vamos pegar neste esparguete fora de prazo e nesta carne moída, e fazemos um prato do dia, a um preço do caraças! É só uma questão de tirarmos os cabelos e as porcarias que ficaram na carne, e ninguém dá por nada, é limpinho! E quanto ao esparguete, é só rasparmos o bolor e está como novo.

Sim, lamento traumatizar gerações, mas esta é a dura realidade. Quando virem por aí "pratos do dia", desconfiem sempre. Podem pensar que estão a comer um bifinho de vaca à maneira mas, na realidade, aquilo que têm no prato é ratazana cozida, salteada com cebola grelhada. É só um aviso. Depois não venham cá com conversas de "ah, e tal, nem avisas, ó parva!" - não, não. Que fique registado: eu avisei! Agora cada um sabe de si.

Bem, a conversa vai animada, mas está na minha hora. Vou ali comer qualquer coisinha, que toda esta conversa sobre pratos do dia deu-me fome.

Divirta-se na sua próxima ida ao restaurante! Beijinhos e abraços.

2 comentários:

  1. O meu pai já nem se espanta quando peço sempre a mesma coisa nos restaurantes... Desta vez tenho uma teoria fiável!!!

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    1. Claro. E está cientificamente comprovada e tudo! Por quem? Pelo... coiso. Sim, isso. Certo. É garantidamente verdade, o que aí está escrito! Desde que me apercebi deste facto trágico, também peço sempre a mesma coisa e nos mesmos restaurantes. Não quero cá misturas!

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