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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Qualifico o dia de hoje como: cocó

Hoje o dia não me está a correr bem, portanto, se eu fosse a vocês, escolhia outro dia para me chatearem. Hoje não é o dia. Com certeza o atento leitor quererá saber o que se passou ao longo destas míseras dezasseis horas, não é verdade? Não? Bom, lamento, mas vai ser informado de qualquer das formas.

Uma segunda-feira começa sempre mal. Não há forma de uma segunda-feira ser um bom dia, encarem isto como um facto. Todas as segundas-feiras são deprimentes. Umas mais do que outras, é certo; mas andam todas ali no patamar a que gosto de denominar de "cocó". E esta segunda-feira começou literalmente assim: com cocó. Aliás, comigo a passar por cima do cocó do meu cão. Que maneira soberba de se começar o dia! Ai, como eu adoro a minha vida. Como se já não me bastasse ser segunda-feira, ter aula de Matemática logo de manhã (santa paciência a minha, para ter que levar com a função exponencial às 8:15h da matina), estar com sono porque me deitei tarde no dia anterior e ter fome, ainda tenho de passar com a minha bonita pantufa cor de rosa justamente em cima do esterco do meu canídeo que de higiénico não tem nada! Mas enfim, o meu dia começou assim: com cocó na minha pantufa e um pai que, para me acordar, quase deita a casa a baixo, de tal que é a violência. Uma pobre criança como eu, que nada de mal fez ao mundo, não merece este género de tratamento. Não merece!

Para juntar ainda mais emoção ao meu dia, estava eu a sair de casa a correr (atrasada, como sempre), quando, subitamente, ao descer as escadas, falho um degrau e bato com o meu infeliz traseiro na esquina do dito cujo. Malditas sejam, escadas! Quem é que vos pôs aí, afinal?! Não viram que estava gente a passar?! As escadas já não me respeitam como antigamente. Desde que a minha mãe me obrigou a encerá-las que elas se julgam melhores que eu. Não passo de um mero joguete nas suas mãos. Nos seus degraus, aliás. E depois o meu rabo é que sofre! Mesmo quando me vir livre destas escadas (sonho que esse dia há-de chegar), ainda vou ter as nódoas negras no meu traseiro a lembrar-me que elas, em tempos, existiram e atormentaram também a minha existência. Mundo, porque é que és tão cruel para mim? 

E os acontecimentos não ficam por aqui! Estava atrasadíssima para a aula de Matemática e (vejam lá a minha sorte) no pequeno percurso que fiz do carro até à escola, decidi cruzar-me com gente que não via há anos e que insistiu em cumprimentar-me e enriquecer o meu dia com factos da vida deles (não requisitados e que de nada me interessavam). Encontrei duas ex-colegas de trabalho da minha mãe que vieram com a típica conversa do "ai, estás tão crescida" e do "ui, como é que vai a escola". E encontrei, ainda, um rapaz que já não via há imenso tempo. Isto tudo quando ia a caminho da minha aula de Matemática, tal e qual uma aluna aplicada! Mas esperem, ainda há mais. Quando cheguei à escola, vi montes de gente na rua e estranhei a situação, porque já estava quase quinze minutos atrasada. Eu sei que a malta da minha escola é rebelde mas... Tanta rebeldia, logo numa segunda-feira de manhã? Tomem juízo! Ora, olhei para o relógio do telemóvel e faltavam dois minutos para dar o toque de entrada. Aparentemente, o meu relógio tinha-se adiantado, por razões que estão fora do alcance do meu conhecimento. Maldito cocó, malditas escadas, maldito relógio, maldita aula de Matemática! Chego a ter pena de mim própria, a determinada altura.

Para finalizar a minha manhã em grande: teste de Português sobre Álvaro de Campos e os seus amiguinhos. Aposto que, se o Fernando Pessoa ainda fosse vivo, não iria querer para nós - crianças e adolescentes portugueses - a maleita de ter de o estudar. Sejamos sinceros: ele é um gajo complicado. Ainda bem que não nasci a tempo de ser amiga dele. Imagino o que seria, tê-lo como amigo. Pior que isso só mesmo ter o Passos Coelho a insinuar que temos uma qualquer relação de amizade no Facebook.

Como vêem, ser a Joana Camacho não é pêra doce. E atenção, que eu até nem gosto de pêras, mas vá. Sê-de felizes, queridos leitores. (Ai, que sou tão fofinha e sentimental.)

8 comentários:

  1. Credo, foi literalmente um dia de merda! xD

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  2. Abençoado cocó que é tema do teu post. :)

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  3. Adorei a forma como te controlaste para dizer "cocó" e não "uma merda" ahaha. O texto tá excelente como sempre. Grande Joana. :)

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    1. Ahaha afinal sempre houve alguém que reparou! Muito bem, Beatriz! Sim. Estou a tentar tornar o meu Blog um lugar decente e adequado às pessoas que me lêem. (A verdade é que há demasiadas pessoas comprometedoras a ler-me, por isso vou portar-me razoavelmente bem por lá.) Ora cá está uma leitora atenta! Gostei!

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