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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Os meus pais são toda uma espécie por mim incompreendida

Eu e os meus progenitores temos claras falhas de comunicação. 

1. Informo o meu pai de uma certa e determinada coisa; ele esquece-se; conclusão: diz que não eu não lhe disse absolutamente nada. 
2. A minha mãe avisa-me das coisas com meia hora de antecedência; eu aviso-lhe de seja o que for uma semana antes de acontecer; conclusão: diz que eu só a aviso das coisas em cima da hora. 
3. A minha mãe perde o telemóvel. O que é que acontece? Obriga-me a andar à procura dele até à exaustão. Eu esqueço-me de onde pus o meu telemóvel: "Não percebo como é que perdes as coisas! És uma irresponsável! Não tens cuidado nenhum! Andas com a cabeça não sei onde!". 

E é isto. Sou "o preto" cá de casa. Toda a gente bate no preto. Vamos lá esbofetear o preto, que ele merece. Pimba no preto! Isto tudo para vos informar que os meus pais estão a apresentar sintomas de terceira idade e/ou Alzheimer e/ou incapacidade de compreender as coisas e/ou evidente necessidade de me chatear a toda à força. E depois a culpa é sempre da adolescente que tem "as hormonas aos pulos" e está "na idade da parva" e... basicamente... é parva. Pimba no preto, mais uma vez!

Outra coisa que absolutamente adoro são aquelas perguntas retóricas que tanto gostam de me fazer. Vêem-me a dirigir-me para a casa de banho, e o que é que perguntam? "Vais à casa de banho?" Olha, não, vou só ali ver se está a chover. Se me estou a dirigir para a casa de banho, queriam que fosse para onde? Para Marte? O pior é que só se lembram que têm vontade de ir à casa de banho quando eu lá vou. É incrível o sentido de oportunidade desta malta. Invejosos. Não podem ver uma pessoa ir à casa de banho que subitamente também já querem ir. E isto da retórica também se aplica àqueles momentos em que me vêem cair. "Oh, caíste?" Caí? Ora essa, que parvoíce. Vim só ver como é que era a vista cá de baixo e aproveitei para ficar por cá, já que estava tão confortável.

Acho que, tenha eu que idade tiver, as pessoas "cá de casa" vão eternamente designar-me, perante outras pessoas, de "a criança" ou "a mais pequena" ou "a estúpida lá de casa" (e, consecutivamente, denegrir a minha imagem perante a população em geral). O "a mais pequena" não faz qualquer sentido, dado que sou quase dez centímetros mais alta do que qualquer outro membro da minha família (suspeito que fui adotada). "A criança" também não é totalmente verídico, dado que os especialistas já me consideram uma "jovem adulta" (os especialistas, leia-se: o jogo dos Sims). Quanto ao "a estúpida lá de casa", também não é verdade. O meu cão ultrapassa qualquer fronteira real ou imaginária de tolice, e chamam-me a mim de estúpida? Vão-se catar, progenitores! (Calma, calma. Não temam pela minha segurança, adorados leitores. Os meus pais não têm qualquer conhecimento da existência de um Blog da autoria da "estúpida lá de casa".)

E agora vou-me retirar. A minha mãe já está a mandar-me ir fazer chichi e lavar os dentes, para ir para a cama. Não. A verdade é que me quero despachar de vocês e não sei como. Ora então boa noite.

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